
Performance Sonora
P L A N T A N D O E S C U T A.
Mentoria: Priscila Costa Oliveira (SC)
É artista e pesquisadora. Coordena o podcast VER.SAR e integra o Coletivo Ka. Atualmente Doutoranda em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa (UDESC), onde integra o programa RADIOFONIAS e o grupo de Pesquisa Proposições artísticas contemporâneas e seus processos experimentais. Tem produção nas relações de voz e escuta junto a comunidades e o uso de mídias da oralidade. Pesquisa a conversa como prática artística. www.priscilacostaoliveira.com | www.podcastversar.com
Construção coletiva que captura os sons do interior e do exterior da vida cotidiana.
Ficha técnica
Edição e montagem: Priscila Costa Oliveira
Sons internos e externos captados por: Ana Laura Pedraja . Bianca Araújo . Bruna Emanuele . Erika Pedraza . Mailza Bernard . Gabriele de Novaes . Isabela Moreno . Judson Andrade . Khettlen Costa . Lucas Soares . Luiz Gustavo . Mahyrah . Nádia Araújo . Rosa Damasceno . Sadine Correia . Tâmara Batista .
Sin Retreta
VÍDEO

ANA LAURA
PERFORMANCE
PEDRAJA
Ana Laura Pedraja é artista, ativista e performer.
Sobre a obra
La Retreta foi uma prática de costume social tradicional do século XX que data dos anos 20 a 70 na cidade de Canelones e em cidades vizinhas no Uruguai. Consistia no que as mulheres "(as senhoras) percorriam a praça principal no sentido dos ponteiros do relógio, enquanto os homens o faziam no sentido contrário, e todos animados pelos acordes da Banda Municipal ... havia quem esperasse apanhar o amor ...” (extraído da história Retreta Canaria).
Ficha técnica
Projeto: Ana Laura Pedraja Arevalo
Edição: Andrés Pintos Pedraja
Ano: 2021
Boca de Arma
VÍDEO

JUDSON
PERFORMANCE
ANDRADE
Judson Andrade é artista visual e performer
Negre, LGBT, candomblecista, fundadore do Ateliê Araká, graduande em teatro na UFRN, multiartista que performa a Inddiegente Zu, drag construída esteticamente através das vivências desse corpo preto-gordo-lgbt-macumbeiro.
Sobre a obra
O que fizeram com a minha boca? Ela é portadora de muitas dores mas também de poderes. Transformaram ela contra mim e agora eu lanço a arma para quem me sentenciou. Palavra é feitiço. A Boca feiticeira.
Ficha técnica
Projeto e edição: Judson Andrade
Ano: 2021
Parturescencia
PERFORMANCE

MAILZA
SENSORIAL
BERNARD
Mailza Bernard é artista multimeios
Busca manifestar sua própria cosmogonia ao se apropriar de objetos simbólicos que mesclam fragmentos cotidianos, da natureza ao lixo. Suas narrativas são pautadas nas experiências e sentimentos da sua corpa-mulher-mãe.
Sobre a obra
A escuta a partir da dor revela o potencial transformador de um parto vaginal e sem interferências, revelando uma conexão profunda com a força interior, instinto e natureza. Através do vai e vem dos gemidos é possível perceber o ritmo sonoro das contrações, os momentos de pausa e comentários dos acompanhantes em uma sala de parto coletiva, o som se contrapõe à silenciosa e suave dança aquática que o feto realiza dentro do útero. O áudio-vídeo foi idealizado a partir de sons capturados pelo acaso no dia do meu parto e de vídeo-colagem feito com imagens de minhas ultrassonografias.
Ficha técnica
Projeto e edição: Mailza Bernard
Ano: 2021
Banho de Folhas Ewe
VÍDEO

LUIZ GUSTAVO
ARTE
NOSTALGIA
Luiz Gustavo Nostalgia é artista visual e autor alternativo LGBTQ+ e pesquisador do Afrofuturismo
Desenvolve um trabalho de Colagem Analógica com fotografia, recortes e pintura, que se desdobra entre o Afrofuturismo, ficção e resgate ancestral.
Sobre a obra
“Kò sí ewé, kò sí òrìsà” (sem folha, não há orixá). É feito uma reza um ritual, Ossaim originalmente dono dos segredos da natureza, patrono da farmácia, dos sacerdotes, químicos que usam plantas para fins curativos e, ou ritualísticos. Ossaim é o pai das plantas sagradas e milagrosas. Possui o poder sobre qualquer tipo de vegetação e delas consegue extrair as curas de todos os males. A prática de utilizar suas folhas para cura é muito antiga, por isso cantamos e rezamos a ele com respeito e devoção para adentrar nas matas e pedir permissão para usar suas folhas.
Ficha técnica
Projeto e edição: Luiz Gustavo Nostalgia
Ano: 2021
Lábios Fônicos
VÍDEO

MAHYRAH
ARTE
ALVES
Mahyrah Alves é artista, mãe e pesquisadora visual
Formada em Pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro trabalha a 8 anos desdobrando questões sobre linguagens artísticas e a maternidade.
Sobre a obra
O ato de cantar para se comunicar atravessa o arco evolutivo dos mamíferos, as mães cantam para acalmar suas crias e também para sinalizar sua localização. O canto ou sonorizações fazem parte da memória coletiva e afetiva dos seres e se tornam métricas relacionais. Mas como saber até onde o canto afetará a longo prazo essas instâncias ou como fazer para que esse tipo de sonoridade se prolongue nos instantes presentes, assim como a revoadas dos cupins em volta da lâmpada tudo é parte de um ciclo que tem como estrutura uma temporalidade própria. Lábios Fônicos quebra a temporalidade do canto e dos ciclos, se propondo a perceber ao deslocar lugares de intimidade entre mãe e filho para uma abrangente percepção de atração e urgência entre as partes que mesmo deslocadas, mantem suas naturezas intactas.
O vibrar do meu acalanto é acalanto, ele trafega pelos espaços próprios a materialidade e faz vibrar seu pequeno corpo que a esta hora já descansa em segurança.
Ficha técnica
Projeto e edição: Mahyrah Alves
Participação: Eliot
Ano: 2021
Catando Conversa
INSTALAÇÃO
SONORA
KHETTLEN
COSTA
Khettlen Costa é artista visual afro-indígena
Nascida em Manaus (AM), doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (UDESC). Desenvolve projetos poéticos que envolvem fotografia, escrita, desenho e livro de artista.
Sobre a obra
A obra consiste em uma instalação sonora acompanhada de desenhos sobre um momento íntimo de escuta e conversa no cotidiano do lar que cresci. Represento por meio de sinais no domínio do tempo as lembranças dos diálogos com vovó enquanto catávamos os feijões para o almoço. Recrio por meio dos rabiscos e da escrita o som afetivo de uma voz que se foi.
Ficha técnica
Projeto e edição: Khettlen Costa
Ano: 2021
Pandemus
VÍDEO

ERICA
EXPERIMENTAL
PEDRAZA
Erika Pedraza é artista visual
Nascida em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, Erika Pedraza se formou em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do sul e há 10 anos seus trabalhos transbordam através dos muros da periferia, prédios centrais e exposições regionais, nacionais e internacionais.
Sobre a obra
Nestes tempos pandêmicos temos presenciado incontáveis cenas de descaso, ignorância e negações, o que vem, lamentavelmente, fazendo muitas vítimas. Mobilizar e sensibilizar os sujeitos para a compreensão de um outro, que existe ao nosso redor, são ações que a artista Erika Pedraza propõe em seu vídeo experimental. Na obra, observamos imagens da rua e uma cidade em fluxo e silêncio, nesta paisagem, pessoas flanam, tal como o personagem do poeta Charles Baudelaire ou do filósofo Walter Benjamin, em uma caminhada baseada no distanciamento e no olhar vazio sobre o mundo. Na imagem destas passagens urbanas, frias e rígidas feito pedras, vozes sobrepostas se evidenciam em multiplicidade, variações e diferentes tons, repetem lamentações sobre as tantas vidas perdidas. Em contradição e em dualidade, o som nos apresenta um retrato da realidade, difícil e sofrida por tantos lutos, e por sua vez a imagem, exibe o silêncio profundo da alienação, na superfície de um universo paralelo e irreal. Durante a performance, sobre um corpo de mulher negra, um pano branco é oferecido como memorial, que durante o percurso da ação permanece quase invisível diante do descaso de quem passa. A ação escancara a verdade do tempo presente, a arte e a vida se confundem e se fundem, e nos mostra que a existência do outro é múltipla, complexa, o individualismo é imperativo e a falta de empatia é brutal. O corpo negro de artista e mulher, com seu monumento vivo em alvo tecido, segue vazio, mas pronto para ser preenchido e carregado de esperança em outras caminhadas. Porque a arte nos faz resistir!
Ficha técnica
Projeto e edição: Erika Pedraza
Colaboração: Venice Paschoal de Melo
Edição e filmagem: Joly.prime
Ano: 2021
Depois que o céu se afogue
e nos mostre
VÍDEO
VÍDEO

LUCAS
ARTE
SOARES
Lucas Soares é artista visual e fazedor de coisas
Mestrando em Artes, Cultura e Linguagens (PPGACL - UFJF). Trabalha com a ideia de monumento enquanto dispositivo e com o uso propositivo de procedimentos operacionais calcados na construção e horizontalidade, que insinuam projetos amolecidos de existência.
Sobre a obra
Depois que o céu se afogue, escutaremos os ecos daqueles(a) silenciados pelo mundo como o conhecemos. Uma gota d'água pinga em minha testa e escorre até a boca, me fazendo lembrar que a violência física anda de mãos dadas com a simbólica. Quando as gotas se transformam em uma enxurrada, imediatamente deixo de respirar. Este vídeo é uma abertura de guelras; onde o som entra em coexistência com a palavra e sabota a imagem. Apresento tempos que se atravessam como ondas de uma maré. Em maio de 2020, George Floyd é brutalmente assassinado e suas últimas palavras são “eu não consigo respirar”. Em dezembro de 2020, uma chuva derrubou o monumento dedicado ao escravocrata Bernardo Mascarenhas em Juiz de Fora-MG; dentro desse monumento havia uma colmeia de abelhas que escorria mel pelos seus restos, e as pessoas que moravam na praça do acontecimento comeram desse mel. Em junho de 2021, Paulo Galo e Géssica são presos injustamente pelo ato contra borba gato. Às águas anseio o desejo de vida, que movimentam nossas diásporas cotidianas.
Ficha técnica
Projeto e edição: Lucas Soares
Ano: 2021
Que histórias passam por aqui?
PERCURSO
ARAÚJO
*Toque no ícone central para ativar a interação.
Bianca Araújo é artista e publicitária
Vive e trabalha em Porto Alegre/RS. Especialista em Poéticas Visuais pela Feevale. Concentra sua produção em fotografia, pintura e seus desdobramentos.
Sobre a obra
Mapa do google onde o público poderá interagir manualmente. Ao clicar no ícone central, o visitante será levado aos marcos escultóricos do centro histórico da capital gaúcha e, poderá conhecer cada um dos 7 marcadores pretos do mapa que abrirá uma foto com o áudio de cada lugar do percurso.
Ficha técnica
Projeto e edição: Bianca Araújo
Ano: 2021
Risco de alembrá:
mandinga n. 3
ARTE

SONORA
BRUNA
EMANUELE
Bruna Emanuele é multiartista-pesquisadora e artesã da palavra e das imagens
Trabalha, nos campos da edição de artista e da performance, práticas de encantaria para fabular e refletir principalmente sobre temas como memória, poéticas e corporeidades contracoloniais e a revisão como prática multilinguagens artístico-metodológica para se pensar e recriar o mundo - sendo o conjunto dessas tais práticas conduzidas pelo fio do que a artista informa em seus escritos como uma mitopoética mestiza em livro-performance.
Sobre a obra
A obra Risco de alembrá: mandinga n. 3 compõe a série de mandingas verbivocovisuais por meio das quais a artista tem investigado práticas de sigilos/segredos/encantamentos em diversos suportes e linguagens, passando pela escrita, leitura performática, fotoperformance, ilustração, arte sonora. Como uma espécie de manto-leito-véu, de um casulo-segredo para futuridades metamórficas pautadas em sankofa, a obra nasce de uma investigação gráfica (de grafia) e sonora sobre as escutas do toque e das grafias como prática de rememorar. Rememorando e reconstituindo espiralâncias temporais e sonoridades de um gesto que une o corpo da artista ao corpo do papel pelo ouvido, pelos olhos, pela mãos, borrando as fronteiras dessas
corporeidades e propondo a experiência de ser-junto-lembrante em uma encantaria de desesquecimento das contramemórias que jazem e se reconfiguram na barca aberta em que ora atravessamos o Atlântico - é, assim, no risco que se alembra.
Ficha técnica
Ilustração e captação de som: Bruna Emanuele
Obra: Ilustração em gráfite sobre papel vegetal, 29 x 21cm
Som: Toque 1
Ano: 2021
Pés na terra
Pés no cosmos
VÍDEO

GABRIELE
ARTE
DE NOVAES
Gabriele Rosa é artista plástica
Paulistana descendente de migrantes baianos. Seu trabalho se concentra sobretudo na pintura, abordando temas de espiritualidade eclética e diversidades.
Sobre a obra
O áudio/vídeo foi captado durante dois trabalhos espirituais do Centro Eclético Universal Sagrada Flor de Lótus, registrado pela linha religiosa brasileira do Santo Daime. O local foi um terreno de mata atlântica ainda preservada localizado no bairro de Marsilac, extremo sul da cidade de São Paulo, zona de mananciais. O vídeo acompanha a cantoria de um dos hinos que faz parte de um hinário com cinquenta músicas, cujo nome é “a cura do Beija-Flor” e um bailado final do trabalho. O foco dos vídeos está num plano mais baixo, acompanhando os pés, para focar no aspecto de ligação com a terra e também para preservar as identidades. Os pés estão no chão de terra batida, acompanhando o som dos maracás. Lembremos que os rituais da doutrina do Santo Daime são feitos em torno da consagração da bebida ancestral indígena conhecida como ayahuasca, que possui efeito enteógeno.
Ficha técnica
Captação de som e edição: Gabriele de Novaes
Ano: 2021


Ative o áudio e use fone de ouvidos.